Além da filantropia e do capitalismo global
para Você Cidadania

 

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GILBERTO DUPAS, em artigo sob o título Filantropia e capitalismo global (Folha de S. Paulo, 02.11.2006, p. A-3, lembra as origens e limites da filantropia, para este Cidadão e para Você Cidadania, com destaque para os seguintes parágrafos, in verbis:

"BILL GATES e WARREN BUFFET, os dois homens mais ricos do mundo, após doarem 70 bilhões de dólares para a Fundação Gates, são também os maiores filantropos vivos. Símbolos do capitalismo global, eles integram os 40 atuais bilionários mundiais que acumularam sozinhos sua fortuna.

A filantropia nasceu nos Estados Unidos ao final do século 19 para remediar a incompetência das instituições em atender os excluídos daquele tempo. Ideólogos como Andrew Carnegie e Herbert Spencer incentivaram os doadores a aplicar aos problemas sociais os métodos racionais da revolução industrial. Aliás, foi Buffet quem deu a Gates o famoso texto de Carnegie, ‘O Evangelho da Riqueza’, sobre a ‘necessidade moral’ da grande filantropia.

(....)

Obviamente merece apoio e aplauso toda iniciativa tomada para combater a fome ou aumentar as chances de retirar - ainda que provisoriamente - um ser humano da exclusão. Mas a questão é avaliar se esse caminho é estruturalmente consistente.

É natural que seja atribuída às corporações uma parcela crescente da responsabilidade pelos efeitos negativos da globalização. Elas concentram hoje um grande poder: apenas as sete maiores empresas mundiais geram um volume de negócios equivalente ao PIB somado de México, Brasil e Argentina. E suas decisões sobre novas tecnologias, para além de produtos mais sofisticados e eventualmente úteis, são uma das grandes causas de redução de empregos, concentração de renda e degradação ambiental.

Parece ser da cultura capitalista que o vencedor leve tudo e depois ajude um pouquinho a grande massa de perdedores. Numa visão antropológica, Marcel Mauss diz que o chefe tribal favorecido pelos espíritos e pela fortuna reafirmava sua autoridade distribuindo parte dela e colocando os favorecidos ‘à sombra do seu nome’. Mas não será por aí que o capitalismo global vai encontrar um caminho efetivo para reduzir a exclusão social."

Além daquela filantropia pura e simples, YVON PESQUEUX (HEC) aponta o que é um dos muitos caminhos efetivos para reduzir a exclusão social (não apenas marketing institucional e/ou "cortina-de-fumaça" para algumas décadas de danos coletivos em outros setores...), em artigo sob o título Towards a philosophy of the company, ISBN 0-273-63706-1, p. 308-310), cujo summary é o seguinte, in verbis:

"While some thinkers see the company as the embodiment of all that is wrong with the current economic system, some see it as an essentially moral entity, the ‘citizen company’. Yvon Pesqueux argues that this dispute necessitates a dialog between philosophy and the company: philosophy can illuminate the company´s preconceptions, while the company can provide material to ground philosophical reflection. In particular, because the company is often thought of as a ‘state within a state’, an analysis of the parallels between state and company can throw light on both."

Cada vez mais estudada e praticada pelas Faculdades de Administração, cursos de MBA e empresas globais, a filantropia parece se unir àquela concepção atualizada de pesquisa, ensino e/ou aplicação de Governança Corporativa, conforme experiência recentemente iniciada na Cranfield University - School of Management, conforme informado na p. 16 do catálogo com CD-ROM do www.cranfieldMBA.info in verbis:

"MBA alumnus makes largest donation to School in its history

Top venture capitalist Nigel Doughty (MBA 1984) is making the largest donation to the School in its history. His gift of £ 250,000 a year for at least the next five years will fund the creation of the Cranfield Centre for Corporate Responsibility (CCCR), and the appointment of the Doughty Chair in CR to head the centre.

Nigel runs Doughty Hanson, one of Europe´s largest private equity firms, which he established with Richard Hanson after completing his MBA. He said: ‘Everything I have done in my career has been built on what I did at Cranfield, and I felt it was an appropriate time to work with the School to give something back. Corporate responsibility is a major concern for all companies today, and it´s an area I am especially interested in, so is the perfect joint venture with the School.’

Cranfield was a founding member of the European Academy of Business in Society (EABIS) and the new centre´s work will also capitalise on faculty´s existing work in the corporate responsibility arena."

A conclusão deste hipertexto é simples e clara: Além de consumirmos - ou não, conforme a minha/sua/nossa inclusão e/ou exclusão do(s) mercado(s) ‘x’, ‘y’, ‘z’, formamos coletivamente a Cidadania (que comporta todas as classes sociais), e como tal vivemos em busca de mais e melhor qualidade de vida, o que significa que devemos ir  muito além das compras... como bem argumentado por ALLAN HUTCHINSON em Life After Shopping: From Consumers to Citizens (ISBN 1-85521-843-7, p. 25-46).

Filosoficamente,

 

 

Carlos Perin Filho

E.T. Filantropo:

I) Eventuais doações condicionadas de parte líquida dos honorários advocatícios, já oferecidas e/ou a oferecer nas diferentes ações populares, deste Cidadão para instituições estratégicas do seu tecido social coletivo (v.g. Aeroclube de São Paulo, Fundação Padre Anchieta/TV/Rádio Cultura, USP, etc.) estão e/ou estarão no hiper-contexto supra articulado.

II) Citizen´s thinking about his first marathon with The Cranfield Centipede international team...!;-)


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