Petição na Ação Popular do Mensalão

 

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da 12ª Vara Federal da Justiça Federal de São Paulo

(JFSP06/02/2007.000030538-1)

Autos nº 2005.61.00.012859-3
Ação Popular
Cidadão: CARLOS PERIN FILHO
Rés: UNIÃO FEDERAL e CONGRESSO NACIONAL

CARLOS PERIN FILHO, residente na Internet, em www.carlosperinfilho.net (sinta-se livre para navegar), nos autos da actio popularis supra epigrafada, venho, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar em ilustração as seguintes matérias:

1º) Da ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO BRASIL - AJUFE - por ocasião do 22º Encontro Nacional, de 16 a 18 de novembro de 2005, a “Carta de São Paulo”, por impressão especial ora apresentada, conclamando a todos os agentes sociais, públicos e privados, a agir em resposta aos abalos éticos e econômico-sociais sofridos pela Cidadania. Esta popular ação é uma das respostas possíveis ao judicial apelo público, de autoria deste Substituto Processual;

2º) De MARIA SYLVIA CARVALHO FRANCO, com visual do popular presidente registrado por ALAN MARQUES/Folha Imagem, artigo sob o título “A implosão da República” que este Inclemente Cidadão tenta evitar, com estas e outras populares ações, desde o século passado;

3º) Do ilustre presidente recentemente bi-eleito da OAB-SP, LUIZ FLÁVIO BORGES D´URSO, com visual por registro anônimo, artigo sob o título “Mobilizando a Sociedade Cívica”, (Jornal do Advogado, Ano XXXI, nº 302, Janeiro de 2006) lembrando com MONTESQUIEU que “quando uma República está corrompida, não se pode remediar nenhum dos males que nascem, a não ser eliminando a corrupção e voltando aos princípios; qualquer outra correção ou é inútil ou é um novo mal”;

4º) Do ilustre presidente da OAB, ROBERTO BUSATO, artigo sob o título “Sinais alarmantes”, (Folha de S. Paulo, 27.12.2005, p. A-3). Vale lembrar que a OAB está administrativamente investigando e punindo, em devido processo legal e com o constitucional direito de defesa, os(as) Advogados(as) eventualmente envolvidos(as) com o mensalão;

5º) Por FÁBIO ZANINI, SILVIO NAVARRO ADRIANO CEOLIN e CHICO DE GOIS, com visual do então ex-deputado JOSÉ DIRCEU (PT-SP) registrado por ALAN MARQUES/Folha Imagem, matéria sob o título “ESCÂNDALO DO ‘MENSALÃO’/A HORA DE DIRCEU - Acusado de chefiar mensalão, Dirceu é cassado por 293 votos”, publicado na Folha de S. Paulo em 01.12.2005, p. A-4;

6º) Por SÉRGIO GOBETTI, com visual do então ex-presidente da Câmara dos Deputados, SEVERINO CAVALCANTI, registrado por JOÉDSON ALVES/AE, matéria sob o título “Maioria das emendas vai para o time do mensalão - Este ano, PT, PL, PP e PTB levaram 53% da verba empenhada para gastos paroquiais”, publicada no jornal O ESTADO DE S. PAULO de 23.10.2005, p. A-5;

7º) De ANGÉLICA SANTA CRUZ, matéria sob o título “E a crise revela suas musas - Algumas delas tiveram papel fundamental nas investigações, mas todas iluminaram o sisudo cenário das CPIs”, com visuais de BETO BARATA, DIDA SAMPAIO, VIDAL CAVALCANTE, EUGENIO NOVAIS, RAFAEL NEDDERMEYER e CELSO JUNIOR, das musas CRISTIANE BRASIL, FERNANDA KARINA SOMAGGIO, DIANA BUANI, CAMILLA AMARAL (a da Playboy!;-), MARIA CHRISTINA MENDES CALDEIRA e RENILDA MARIA SANTIAGO, cada qual com uma cinematográfica participação especial nas Comissões;

8º) De ALCINO LEITE NETO e VIVIAN WHITEMAN, com visual da musa deste Cidadão registrado por CESAR RANGEL, perguntas e respostas publicadas na Folha de S. Paulo de 13.01.2006, p. E-7, com destaque para as seguintes, in verbis:

(....)

Folha - Qual é sua impressão sobre a política brasileira? O escândalo do ‘mensalão’ a incomodou?

Gisele - Claro, como a todo mundo. O Brasil precisa superar este problema, que é quase cultural, da corrupção. Desde que eu nasci é assim. E está cada vez pior. Se roubassem menos, as coisas mudariam neste país.

(....)”

9º) As musas do mensalão e/ou deste Cidadão - que eventualmente também atua como Advogado do Diabo - parecem ser belas também espiritualmente ao fazer, mesmo eventualmente sem saber, o que LAURA CAPRIGLIONE ouviu da mestra SINCERIDADE, por ocasião da turnê budista “Dalai Lama” em São Paulo, com destaque para as seguintes perguntas e respostas (Folha de S. Paulo, 02.4.2006, p. C-6), in verbis:

Folha - Como a Sinceridade vê a insinceridade?

Mestra Sinceridade - Não se pode mentir para roubar o povo. É preciso ser honesto pois sempre vale o princípio de cause e efeito.

Folha - O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci disse que estava no inferno...

Sinceridade - Quem é desonesto acaba sofrendo. O ministro Palocci está sofrendo muito, mas o destino de cada um de nós está nas nossas mãos.

Folha - A senhora nunca mente?

Sinceridade - Mentiria se dissesse que não. O importante e saber para quê se mente. Mentir para salvar uma pessoa é completamente diferente de mentir para machucar, mentir para roubar. O que não pode é mentir para prejudicar alguém.

Folha - Como assim?

Sinceridade - Se um assassino entrar aqui procurando a Laura. Se eu disser a verdade, estarei ajudando-o a matar você. Em vez disso, se eu mentir e disser ‘ela saiu’, poderei salvar a sua vida. Isso pode. Mentira para fins egoístas, isso não pode.

Folha - Qual é a saída para um sofredor como o ex-ministro Antonio Palocci?

Sinceridade - Se ele admitir que errou, alcançará a beleza. Não pode acontecer mais o mesmo erro. É um ensinamento para todos nós, brasileiros [a monja é naturazada brasileira]”

10º) As palavras orais supra referidas e/ou apresentadas no CD/Roda Viva estão no histórico contexto que BEATRIZ COELHO SILVA ouviu de PHILIPPE JOUTARD, em matéria sob o título “A importância da palavra oral na memória coletiva”, publicada no jornal O ESTADO DE S. PAULO, 01.9.2002, p. D-11, com destaque para o seguinte parágrafo, in verbis:

“(....)

Joutard defende o uso da memória para a reconstituição do passado, mesmo quando há fartura de documentação. “A história oral não é só para quem não tem o recurso da escrita. Políticos e intelectuais dizem coisas e tomam decisões que não ficam visíveis na escrita, racional e controlada. O homem e a mulher agem por motivos nem sempre apreendidos pela escrita’, diz ele, pregando o uso dos dois recursos. ‘A memória é afetiva, sensível e fundamentada no esquecimento. A história deve se destacar, se distanciar e não pode esquecer nada. Temos de tirar o que há de melhor das duas. Uma história fundamentada só na memória é pobremente científica e aquela em que a memória não se integra é descarnada, fia . Não é simples, mas é preciso juntar as duas.”

(....)”

11º) Para concluir estas ilustrações, vale lembrar que “Evoluímos, logo mentimos (e muito)”, conforme revela entrevista de SIMONE IWASSO com DAVID LIVINGSTONE SMITH, publicada no jornal O ESTADO DE S. PAULO de 05.3.2006, p. A-24, com visual do caro colega JIM CARREY registrado por MELINDA GORDON...

Requeiro o regular andamento deste remédio jurídico genérico, pois o Brasil precisa saber que é o seu sócio e paraconsistentes mentiras-sinceras me interessam, conforme aquela popular música cantada por CAZUZA.

São Paulo, 01 de fevereiro de 2007

 

 

Carlos Perin Filho
OAB-SP 109.649

E.T.: O livro de DAVID LIVINGSTONE SMITH foi traduzido por MARCELLO LINO e publicado pela www.campus.com.br valendo lembrar com GEORGE ORWELL que contar mentiras deliberadamente e acreditar genuinamente nelas, esquecer qualquer fato que se tenha tornado inconveniente e, depois, quando ele se tornou necessário outra vez, resgatá-lo do esquecimento apenas pelo período em que é necessário, negar a existência da realidade objetiva e, enquanto isso, levar em consideração a realidade negada - tudo isso é indispensavelmente necessário.


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