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IDALBERTO CHIAVENATO, no
sétimo capítulo de GERENCIANDO PESSOAS - O PASSO DECISIVO PARA A ADMINISTRAÇÃO
PARTICIPATIVA (Makron Books, 1992), trata da liderança da equipe de trabalho
como uma das principais ferramentas gerenciais para administração participativa.
1. Os diversos conceitos de liderança
Liderança é a
influência pessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de
comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Nesse
sentido, liderar é influenciar.
Para influenciar mister
ter poder, este concebido como a capacidade de exercer a influência. Quando legítimo, o
poder se torna autoridade, ou poder legal socialmente aceito. Existem vários graus de
influência, como a coação, a persuasão, sugestão e emulação.
A liderança é efetivada
em uma determinada situação, ou seja, ela não depende exclusivamente da pessoa que
lidera, mas também das demais pessoas e do ambiente que ocorre.
A liderança é efetivada pela
comunicação.
A liderança visa à consecução de um ou
de diversos objetivos específicos.
2. Os estilos de liderança
a) Liderança autocrática, liberal e
democrática
A liderança autocrática
gera maior produção, tensão, frustração e agressividade. A liderança liberal não
gera grandes produções, mas sim individualismo, desagregação, agressividade e pouco
respeito à liderança. A liderança democrática é um meio termo entre as anteriores,
proporcionando produção e satisfação, ou seja, produção com qualidade, não
quantidade.
Na prática a liderança deve usar os
três estilos de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada.
b) Liderança centrada na tarefa versus
liderança centrada nas pessoas
A liderança centrada na tarefa (job
centered) está para a Teoria X, assim como a liderança centrada nas pessoas (employee
centered) está para a Teoria Y.
c) Ênfase na produção versus ênfase
nas pessoas
BLAKE e MOUTON, em A
estruturação de uma empresa dinâmica através do desenvolvimento organizacional do tipo
grid, oferecem uma técnica de alteração comportamental denominada Grade Gerencial (Managerial
Grid).
A grade gerencial é uma
tabela de dupla entrada composta de dois eixos: o eixo vertical representa a ênfase
nas pessoas, enquanto o eixo horizontal representa a ênfase na
produção. Dos extremos ao ponto médio da referida grade surgem os estilos de
liderança, a saber:
Estilo 1,1: tendência ao mínimo
esforço;
Estilo 9,1: preocupação pela produção
e quase nenhuma preocupação pessoal;
Estilo 1,9: ênfase pessoal, quase nenhuma
preocupação com a produção;
Estilo 5,5: tendência à mediocridade;
Estilo 9,9: tendência à excelência.
A mudança de
comportamento proporcionada pela grade gerencial parte da observação pessoal da
gerência quanto ao seu tipo de liderança, em busca do estilo 9,9, que é o estilo da
excelência gerencial, com elevada preocupação tanto pela produção como pelas pessoas
que produzem.
3. Escolha do perfil de liderança
TANNENBAUM e SCHMIDT, em How
to choose a leadership pattern, oferecem algumas bases teóricas para escolha do
perfil de liderança. Segundo tais bases, cada tipo de comportamento está relacionado com
o grau de autoridade utilizado pelo líder e o grau de liberdade disponível para o
pessoal subordinado na tomada de decisões. Essa diversidade comportamental está
representada um continuum de padrões de liderança.
Cada gerência escolhe o
seu padrão de liderança em função de três forças, a saber:
1ª) Forças gerenciais:
valores e convicções pessoais, confiança no pessoal;
2ª) Forças subordinadas:
necessidade de liberdade ou orientação superior, disposição de assumir
responsabilidades, segurança em situações incertas, experiências e conhecimentos;
3ª) Forças situacionais:
tipo de empresa, valores e tradições, políticas e diretrizes, tempo de trabalho, etc.
FIEDLER, em A theory of
leadership effectiveness, desenvolve um modelo contingencial de liderança eficaz, baseado
em três fatores situacionais:
1º) Poder de posição do
líder;
2º) Estrutura da tarefa;
3º) Relações entre
liderança e pessoal.
Quando maior o poder da
posição, a estruturação da tarefa e o nível das relações entre a liderança e o
pessoal, tanto maior a favorabilidade situacional para a liderança eficaz, seja ela
orientada para as relações humanas, seja para a tarefa.
4. Mas o que significa realmente
liderança?
O real significado da
liderança no gerenciamento de pessoal objetivado para administração participativa
envolve não apenas a eficiência gerencial, mas também sua eficácia, frente às
mudanças no ambiente de trabalho. Assim, constituir a própria equipe de trabalho,
analisar e planejar as tarefas, motivar o pessoal, monitorar desempenhos e recompensar a
eficiência são atributos da liderança.
Em outras palavras, a
liderança deve estar sempre focada em objetivos a alcançar, orientando o pessoal para a
ação, com autoconfiança e habilidade no relacionamento humano, bem como criatividade,
inovação e flexibilidade. Tudo isso a cada decisão, em busca da excelência no
desempenho.
Sinceramente,
Carlos Perin Filho
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