"(....)
* Há situações verossímeis que não são verdadeiras. E vice-versa.
A tarefa do jornalista é fazer coincidir ou dissociar os dois conceitos.
(....)
* Não queira resolver todos os problemas da humanidade numa matéria
só. Escolha apenas um deles.
(....)
* Se você não pode dizer tudo, paciência, diga ao menos alguma
coisa.
(....)
* Se todos estão olhando para o céu, dê uma olhadinha para o chão.
Certamente, você encontrará assuntos que os competidores estão descurando.
* Não se agarre a posições hierárquicas. Jornalismo é uma das
poucas atividades em que a criatividade e a inquietação só fazem bem, sobretudo aos
chefes.
* Participe, mas alheie-se. Só assim você terá dimensão e
isenção.
(....)
* Quem não lê jornal não é jornalista.
(....)
* Quando o jornalista procura a fonte de notícias é legítimo. Quando
esta procura o jornalista, desconfie.
* Quem faz uma cruzada ou uma campanha jornalística é o leitor. Você
só notará quando estiver no auge dela.
(....)
* Jornalismo é uma atitude otimista, aberta. Aquele que prejulga ou
que se ressente previamente com a informação nunca vai encontrar boa informação. Não
se briga com a notícia.
(....)
* O jornal é um veículo urbano e o jornalista, um estudioso dos
problemas da cidade. São a fonte primária de notícias. As transformações da vida
urbana afetam diretamente a vida de um jornal. Das várias disciplinas que compõem a
urbanologia, a comunicação é uma das mais importantes.
(....)
* Todos os jornais e todos os jornalistas têm acesso às mesmas fontes
e aos mesmos fatos. A única coisa que distingue um jornal do outro é a criatividade.
(....)"
(In: O PAPEL DO JORNAL: UMA RELEITURA, 6ª ed. amp. e atual.,
com um apêndice sobre a questão do diploma. São Paulo: Summus, 1996, p. 141-145)