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A(s) ambição(ções) da(s) -
Paraconsistente(s) - Política(s)
e Você(s) Cidadania(s),
entre o(a/s) Intelectual(is) e o(a/s) Profeta(s) |
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ANDRÉ SINGER, em entrevista com
MANGABEIRA UNGER, publicada no caderno mais! do jornal www.folha.com.br de 16/09/2001, sob o título "A
ambição da Política", oferece elementos para reflexão sobre
possibilidades teóricas e/ou práticas de uma nova Política - neste hipertexto pensada
num sentido não paradoxal, mas sim paraconsistente - com destaque para as seguintes
perguntas e respostas, in verbis:
"(....)
E qual o problema com as ciências sociais positivas?
As ciências sociais positivas, tal como praticadas na academia dos
EUA, rejeitaram essas premissas fatalistas, mas ao fazê-lo, destruíram também a idéia
indispensável das alternativas estruturais. Elas concebem a vida social como apenas um
conjunto unidimensional de problemas e soluções, de interesses e composições.
Perdeu-se a concepção de uma diferença entre a superfície da vida social, as rotinas
da prática e do discurso e as estruturas profundas.
Aí está uma das grandes ambições da minha obra. Resgatar a
concepção da descontinuidade estrutural, mas libertá-la de todo determinismo
sociológico e econômico. Esse projeto já está implícito em muitas das tendências
inovadoras do pensamento social, mas falta sistematizá-lo, falta ir até o fim.
Esse é um dos muitos paradoxos da obra. Quero demonstrar que uma
concepção que coloca a política no centro da vida social, em vez de vê-la como um
reflexo de determinismos econômicos e sociais, não leva ao abandono das explicações
gerais.
(....)
Para o sr. não há nada irreversível?
Aí está uma parte da confusão. Eu não estou diminuindo ou
negando o peso dos constrangimentos. A obra não é uma advocacia do voluntarismo. É uma
tentativa de reinterpretar esses constrangimentos, de desmistificá-los, de negar a eles o
cunho de leis profundas de evolução social. Reconhecer que eles têm peso, mas que não
representam um destino sujeito a leis.
Quanto mais nós compreendermos a história, quanto mais nos tornamos
senhores da nossa situação, quanto mais nos rebelarmos contra esse falso destino das
estruturas, mais criaremos formas de organização institucional, formas de pensamento e
práticas discursivas que facilitam a própria transformação. Ou seja, que diminuem o
espaço entre a atividade rotineira, de aceitar as estruturas existentes, e a atividade
excepcional, revolucionária, de transformá-las. Começamos, então, a mudar as
estruturas no curso da vida normal. Não dependemos mais de crises e catástrofes, de
guerras e colapsos econômicos, para mudar as estruturas.
(....)"
Claro e preciso MANGABEIRA UNGER, valendo pensar os paradoxos das
ciências sociais positivas como paraconsistências a reconhecer e compor em Política(s)
alternativas, que procurem instrumentos de expressão dos novos desejos sociais de Você
Cidadania Insaciável, que também é plural e/ou paraconsistente.
DENIS ROSENFIELD, em artigo sob o título "Entre o
intelectual e o profeta" na mesma mídia e data, p. 8, resenha o livro
"Política" (Argos/Boitempo, 431 páginas, R$ 45,00) de MANGABEIRA UNGER, com
destaque para os seguintes parágrafos finais, in verbis:
"(....)
O autor, no final de seu livro, apregoa, inclusive, uma revolução
cultural (pág. 383), uma mudança de mentalidades, como condição da transformação
social. Inventar uma nova sociedade exige o abandono de nossos hábitos e costumes, exige
uma reapropriação da política propriamente dita, para além do seu sentido restritivo
de vida partidária.
Fica, porém, a pergunta: será que o impulso do profeta não é mais
forte do que o do filósofo?"
Para tentar um início de resposta para o tecido social coletivo de
Você Cidadania vale lembrar com ARISTÓTELES que uma andorinha, só,
não faz verão sendo mister uma revisão epistemológica não só da
Política, mas também de todas as Ciências - Humanas e/ou Nem Tanto, etc., usando
inclusive os instrumentos de lógica paraconsistente já disponíveis para os sistemas de
inteligência artificial, pois a Matemática, no final das contas, é a busca infinita da
liberdade, como ensina NEWTON C. A. DA COSTA, e viver é fazer a energia no espaço valer
o tempo da paraconsistência existencial humana, de ser e dever ser: é uma Arte.
Sinceramente,
Carlos Perin Filho
E.T.: Sob | |