Lingüística Geral, Biologia e Você Cidadania

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SALVADOR NOGUEIRA, em matéria free-lance para Folha de S. Paulo de 21/04/2001, p. A-17, informa que a revista www.nature.com  publica estudos de MARTIN GIURFA, em andamento na Universidade Paul Sabatier, França, sobre a possibilidade de abelhas manifestarem raciocínio abstrato, com destaque para os seguintes parágrafos, in verbis:

"(....)

Até aí, nada que um condicionamento bem feito não pudesse obter. Mas o melhor viria depois. Após serem treinadas para reconhecer cheiros e associar equivalências, as abelhas foram colocadas em um outro labirinto e expostas a placas com cores.

Usando o conhecimento adquirido com os cheiros, elas foram capazes, de cara, de optar pelas placas repetidas para encontrar o alimento. Ou seja, elas ‘concluíram’ que deveriam seguir padrões iguais, em geral, e não somente cheiros iguais.

(....)"

Tais resultados estão de acordo com as comparações reportadas por R.H. ROBINS, em sua obra GENERAL LINGUISTICS - AN INTRODUCTORY SURVEY, in verbis:

"(....)

O que pode ser feito com utilidade é comparar a linguagem humana e o seu lugar na vida humana com o sistema de comunicações mais parecido com a linguagem observado no reino animal. Vários desses sistemas, mais complexos e significantes do que meros gritos, foram estudados em suas relações com a fala humana, especialmente a dança da abelha e os diferentes chamados do macaco gibão, em resposta a diferentes situações (perigo, amizade, etc.). Fisiologicamente, os chamados do gibão são mais parecidos à fala humana por serem produzidos pelas partes correspondentes do corpo e reconhecidos e respondidos através dos ouvidos do ouvinte. No sistema de dança das abelhas, algumas delas, que localizaram uma fonte de néctar, podem indicar sua distância, direção e riqueza por um conjunto de movimentos feitos por elas na colméia, quando retornam. A ‘substância’ ou o meio desta forma de comunicação é muito diferente da fala humana, mas em certos aspectos, por exemplo na referência a coisas fora dos limites da percepção imediata, se aproxima desta.

(....)"

(In: LINGÜÍSTICA GERAL, trad. de ELIZABETH CORBETTA A . DA CUNHA e Outros, 2ª ed., Editora Globo, 1981, p. 16)

Pergunta: O que Você Cidadania tem com isso?

Resposta: Aparentemente nada, pois já evoluiu em termos biológicos e lingüísticos da posição dos(as) Macacos e Abelhas para de Seres Humanos, mas uma relação pode ser estabelecida, de fato e de direito.

Escolher, seja de forma concreta e/ou abstrata, por condicionamento, é próprio e/ou adquirido para as espécies supra referidas, porém Você Cidadania tem o livre arbítrio de escolher entre valores, o que é um diferencial evolutivo ímpar em sua história de ser o seu dever.

A pergunta que fica no ar para Você Cidadania pensar é... sendo cabível uma ação judicial individual e/ou uma ação judicial coletiva para defender um direito de Você Cidadania, qual ação escolheria? Por quê?

Sinceramente,

 

Carlos Perin Filho


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