"Axioma dos bons contratos de McCormack
Se um advogado está a servir o seu cliente sinceramente e bem, e
se um cliente está a utilizar o seu advogado com eficiência e devidamente, então um
contrato legal deve conter a mesma flexibilidade e contínua boa vontade que um acordo
selado com aperto de mão." (p. 15)
"Axioma da desmistificação de McCormack
Uma vez passada a conversa misteriosa que nada significa, a maior
parte daquilo que os advogados fazem é basicamente remexer em papéis com pretensões de
pesquisa de alto nível, facto esse que leva demasiado tempo e custa demasiado em
relação ao que se obtém." (p. 24)
"Axioma de recompensas atrasadas de McCormack
As pessoas que sacrificam grandes quantidades de tempo e dinheiro
para obter um diploma profissional - médicos, advogados, licenciados em gestão - vêm
determinadas a ir buscar o seu investimento com juros... ao sistema e a nós!" (p.
33)
"Axioma de miolos e músculos de McCormack
Os conhecimentos não são protecção suficiente contra a
possibilidade de ser cilindrado." (p. 38)
"Axioma da arte de espetáculos de McCormack
Os advogados, como os artistas de vaudeville, representam
tam (sic) tanto uns para os outros como para a assistência." (p. 45)
"Axioma de localização, localização e localização de
McCormack
Se insistir em fazer negócios numa vizinhança dispendiosa, vai
acabar por pagar a renda exorbitante do seu advogado." (p. 52)
"Axioma prático para seleção de advogados de McCormack
Contrate a pessoa que sabe fazer o trabalho - e aceite que a pessoa
que sabe fazer o trabalho não é necessariamente a pessoa com quem quer travar relações
de amizade." (p. 55)
"Axioma de associação de McCormack
Se não se sente bem com a idéia de que alguém talvez pense
que o advogado é um amigo seu, então provavelmente não devia fazer negócio." (p.
60)
"Axioma de McCormack sobre a divisão de trabalho
Os advogados formalizam o negócio. Eles não devem fazer
o negócio." (p. 64)
"Axioma das proporções inversas de McCormack
Eles gastarão tanto mais quanto menos o cliente parecer
preocupar-se." (p. 72)
"Axioma de reveses e equilíbrios de McCormack
Os homens de negócios acentuam o positivo, os advogados ficam para
lutar com o negativo, e todas as partes se esforçam por chegar a uma situação algures a
meio." (p.92)
"Axioma da simbiose de McCormack
O feliz resultado de uma negociação ou de uma luta jurídica
depende, na maioria das vezes, não propriamente da capacidade individual da pessoa que
faz o negócio e do advogado envolvido, mas da maneira como funcionam juntos."
(p. 97)
"Axioma das omissões inevitáveis de McCormack
Ninguém jamais pensa em tudo." (p. 98)
"Axioma de escape proporcional de McCormack
Quanto mais torcido o contrato, tanto maior o incentivo para
qualquer dos lados se escapar dele." (p. 106)
"Axioma de boas escrituras pragmáticas de McCormack
Às vezes faz-se mais dinheiro deixando as pessoas fora dos
contratos do que prendendo-as a obrigações que não são vantajosas para elas." (p.
129)
"Axioma da ganância geométrica de McCormack
À medida que o bolo aumenta, as pessoas começam a pensar menos na
sua fatia e mais na do outro tipo." (p. 133)
"Axioma da esperança obstinada de McCormack
Não há nada mais provável do que excessivo optimismo para nos
meter num processo desenfreado que nunca mais acaba!" (p. 146)
"Axioma de Pandora de McCormack
Uma vez aberta a tampa dos conflitos e complicações, estes
conflitos e complicações geralmente multiplicam-se." (p. 159)
"Axioma de delegar versus mais-que-delegar de McCormack
Delegar autoridade para outro executivo é uma coisa; delegar
autoridade para um advogado é outra completamente diferente." (p. 168)
"Axioma da virtude repentina de McCormack
Em face de uma batalha jurídica, ambos os lados ficam quase de
imediato convencidos que são não apenas justos, mas moralmente bons, e a
flexibilidade desaparece." (p. 178)
"Axioma das regras básicas de McCormack
Se pudermos ser quem estabelece as regras do jogo já andámos bem
a caminho da vitória." (p. 180)
"Axioma da opinião do perito de McCormack
A noção de que a opinião gratuita não vale nada não sugere que
a opinião dispendiosa valha necessariamente muito. Depende de quem está a dar a
opinião, não da quantidade de dinheiro a desembolsar pelo privilégio de a
receber." (p. 183)
(In: O QUE NÃO SE ENSINA NAS FACULDADES DE DIREITO, tradução
de FRANCISCO FAIA do original The Terrible Truth About Lawyers, 2ª ed.
Publicações Europa-América, Apartado, Portugal, 1989)