LUDWIG WITTGENSTEIN, Dizer por Ser e Você Cidadania

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JOSÉ ARTHUR GIANNOTTI, em artigo publicado no caderno mais! do jornal Folha de S. Paulo, p. 12/14, sob o título "A primeira morte de Wittgenstein", oferece elementos para reflexão filosófica sobre a obra wittgensteiniana, com destaque para o seguintes parágrafos, in verbis:

"Há 50 anos, no dia 1º de maio de 1951, era enterrado no cemitério de Saint Giles, em Londres, Ludwig Wittgenstein, nascido em 26 de abril, em Viena, morto dois dias antes, em 29 de abril de 1951, vítima de câncer. Apenas alguns amigos estavam presentes, conferindo à cerimônia aquela atmosfera de intimidade que o filósofo sempre prezou. Mas sua fama já havia percorrido a Europa, seu pequeno livro, "Tractatus Logico-Philosophicus", publicado em 1921, fazia parte da bibliografia básica de qualquer estudante de filosofia. Poucos, entretanto, sabiam que o grosso de suas investigações permanecia inédito, apenas alguns textos circulavam de mãos em mãos.

Difícil separar o personagem de seu mito, cada acontecimento de sua obra ou de sua vida carrega uma multiplicidade de sentidos abrindo caminho para interpretações diversas, até mesmo antagônicas. Ensinava que a língua dos filósofos estava deformada, como se crescesse dentro de sapatos apertados demais, mas será possível dar sentido a essa demasia sem experimentar nossos próprios excessos?

(....)"

Interessante notar que essa desconfortável sensação - a língua dos filósofos estava deformada, como se crescesse dentro de sapatos apertados demais - ocorre não só na Filosofia, mas em toda e qualquer atividade humana que passa por mudança em sua forma de produção e/ou aplicação, estando subliminarmente presente nas Petições Administrativas e Ações Populares, com relação à linguagem usada pelos(as) Operadores(as) do Direito em relação ao Direito, pois uma nova interpretação, enquanto nova linguagem é elaborada visando revalorar fatos diante das mesmas normas em vigor, com efeitos jurídicos diversos para Você Cidadania.

Pergunta: Por que e como isso ocorre?

Resposta: Para tentar responder a esta questão vale conferir alguns parágrafos do verbete respectivo, quanto ao período intelectual seguinte de Wittgenstein, in verbis:

"(....)

No último período, a ênfase desvia-se dramaticamente para as ações das pessoas e para o papel que as atividades lingüísticas desempenham nas suas vidas. Assim, se no Tractatus a linguagem tem com o mundo uma relação formal e estática, no último período Wittgenstein enfatiza seu uso nos contextos das atividades sociais cotidianas, como ordenar, aconselhar, pedir, medir, contar, narrar, preocupar-se com os outros etc. Estas diferentes atividades são concebidas como ‘* jogos de linguagem’, que em conjunto constituem uma forma de vida. Tipicamente, a filosofia ignora essa diversidade, distorcendo, com as suas generalizações e abstrações, a natureza real do seu tema: uma obra como o Tractatus é o resultado de se pensar que a linguagem tem de ser uma coisa ou outra, quando o método correto é olhar e ver o que ela é de fato. Quando se retira a atenção ao pormenor perde-se a verdadeira função das asserções e ‘a linguagem sai de férias’. É portanto necessária uma cura para o impulso filosófico; precisa-se mais de uma terapia do que de uma teoria. Para nos curar do impulso de generalizar, a escrita de Wittgenstein não se apresenta sob a forma de argumentos lineares convencionais, desdobrando-se antes em analogias, aforismos, novas perspectivas e convites para olhar para velhos fenômenos sob nova ótica. Em tudo isso, Wittgeinstein estava seguindo a tradição * fenomenológica de * Brentano e, sobretudo, de * Husserl, que anteciparam a necessidade de olhar em vez de pensar, i.e., dar mais atenção aos contornos dos fenômenos reais e menos aos preconceitos acerca do que eles têm de ser. Para esta tradição, a filosofia também não faz, estritamente falando, descoberta alguma, lembrando-nos antes o que encontramos quando dirigimos a nossa atenção para o que não nos é familiar.

A aplicação mais influente e mais forte dessas idéias foi na filosofia da mente. Aqui, Wittgenstein explora o papel que os relatos das introspecções, das sensações, das intenções ou das crenças desempenham de fato na nossa vida social, e o faz para minar a posição * cartesiana de que estes relatos funcionam para descrever o que se passa no teatro interno em que o sujeito é o único espectador solitário. As passagens que posteriormente se tornaram conhecidas como as considerações acerca de * seguir uma regra e o argumento da * linguagem privada são alguns dos tópicos fundamentais das filosofias contemporâneas da linguagem e da mente, ainda que sua interpretação exata seja objeto de infinita controvérsia.

(....)" (In: DICIONÁRIO OXFORD DE FILOSOFIA, SIMON BLACKBURN, www.zahar.com.br - consultoria de DANILO MARCONDES, p. 411)

Isso parece ocorrer porque antes de ser linguagem aquele fenômeno é uma reação bioquímica, que ocorre interna corporis em Você Cidadania individualmente considerado(a).

Isso parece ocorrer como uma decorrência natural do instinto de sobrevivência, pois ao transformar aquele fenômeno bioquímico em linguagem externa corporis, Você Cidadania individualmente considerado(a) agrega valor ao seu existir, que passa a contar com mais quantidade e qualidade.

No caso específico das Petições Administrativas e Ações Populares uma (des)construção paraconsistente das Pessoas Jurídicas de Direito Público Político Administrativas (NAÇÕES AMIGAS, UNIÃO FEDERAL, DISTRITO FEDERAL, ESTADOS MEMBROS e MUNICÍPIOS) - bem como de "Você Cidadania" - são relevantes naquela inovação operacional.

Isto é que é ser o seu dever.

Sinceramente,

 

Carlos Perin Filho


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