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JACQUES
MARCOVITCH, IV Congresso da USP e Você Cidadania |
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JACQUES MARCOVITCH, por entrevista
concedida à Revista ADUSP - Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo,
Março 2000 - Nº 19 - www.adusp.org.br - oferece
uma visão reflexiva interessante sobre a realidade daquela Universidade, in verbis:
"(....)
Revista Adusp - Para encerrar, volto a fazer a pergunta inicial, na
forma de provocação: a USP consegue pensar a si mesma?
Marcovitch - Uma boa universidade é aquela que consegue sonhar o
seu futuro e concretizá-lo. Não tenho dúvida de que no âmbito da USP nós temos em
todos os departamentos, todas as unidades, e também no âmbito dos colegiados superiores,
talentos que estão permanentemente sonhando esse futuro. Sonhar esse futuro significa a
perenidade da instituição, a sensibilidade ao entorno externo, estar continuamente
conectado com esse mundo externo (e não só numa escala regional, mas mundial), pautar-se
por princípios e valores, confiar no outro, como célula que tem condições de realizar
projetos e assegurar sempre o que nós chamaríamos de um equilíbrio dinâmico. A USP tem
todas essas condições de sonhar o seu futuro. Agora cabe a segunda parte: é concretizar
esse futuro. Isto está nas mãos de cada um dos professores e de cada uma das células -
e aí não me refiro somente a departamentos, mas aos nossos museus, nossos institutos,
nossas unidades. Em muitas áreas, isso já está ocorrendo. E não temos, devemos
reconhecê-lo, uma universidade homogênea do ponto de vista da capacidade de concretizar
os seus sonhos. Mesmo quando nós somos externamente reconhecidos, e vários dos nossos
professores são premiados, como Sérgio Ferreira, por exemplo, que acaba de receber o
Prêmio México de Ciência e Tecnologia, é evidente que esta qualidade, esta
excelência, não está homogeneamente distribuída. Podemos aprender com estas unidades,
estas células, que conseguem concretizar os seus sonhos. Na medida em que multiplicamos
as células que concretizam esses sonhos, a universidade sai consolidada. Uma universidade
não é uma pirâmide, constituída numa hierarquia vertical de departamentos, unidades,
Reitoria. Uma universidade pauta-se pela frase da Praça do Relógio: "No mundo da
cultura, o centro está em toda parte". Onde a Reitoria, a direção da unidade, o
próprio departamento constituam células distribuídas horizontalmente, e que se
alimentam mutuamente para que as células das atividades-fim possam viabilizar os seus
projetos, seus sonhos em construção. Cabe à Reitoria apoiar estas células, não só as
mais dinâmicas, como aquelas que por limitações estruturais estão tendo mais
dificuldade de sonhar e de construir o seu futuro. Na medida em que cada uma das células
assume sua posição dinâmica, a universidade se consolida. Ela depende exclusivamente
dos seus professores, alunos e funcionários, e muito menos de uma administração central
que pode assegurar o seu futuro." (in p. 83)
Pergunta: O que Você Cidadania tem com isso?
Resposta: Aparentemente nada, pois são sonhos acadêmicos em processo
de realização, mas tem, tudo, pois é Você Cidadania que paga a conta daqueles sonhos
!:-(e/ou seus pesadelos!;-), como debatido por ocasião do Ato de abertura pública do IV
Congresso da USP, em 20/9/2000, no Anfiteatro de Convenções da USP. Favor entender que
pagar a conta não significa apenas o concreto - por tributos - mas
principalmente significa o abstrato evoluir de ser para dever ser não
material, originário do processo de conhecimento possibilitado pela massa crítica
presente naquela Universidade, em suas diversas Unidades e Departamentos, valendo destacar
as seguintes produções científicas:
1º) "RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA", tese de
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA, apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo, em fevereiro de 1997, sob orientação do Professor Doutro ANTONIO LUIS CHAVES
CAMARGO;
2º) "ANÁLISE DA PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NA TELEVISÃO
BRASILEIRA", dissertação de ILANA PINSKY, apresentada ao Instituto de Psicologia,
em 1994, sob orientação da Professora Doutora MARIA TERESA ARAUJO SILVA.
Parabéns a Todos(as) os(as) Sonhadores(as) da Universidade de São
Paulo, que possibilitam pensar o ser em seu dever, na unidade da
diversidade, ontem, hoje e amanhã, concretizando sonhos para Você Cidadania.
Oniricamente,
Carlos Perin Filho
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