|
ARRIGO
BARNABÉ, CLARA CROCODILO e Você Cidadania |
|
|
Home Page
ARRIGO BARNABÉ, em entrevista concedida a
ADEMIR ASSUNÇÃO, publicada no caderno mais! da www.folha.com.br
de 15/10/2000, p. 30, lembra o filosofar de MARIA LÚCIA DE ARRUDA ARANHA e MARIA HELENA
PIRES MARTINS, in verbis:
"O papel das vanguardas artísticas
A ênfase dada à forma da obra de arte e às transgressões do
código nos leva a examinar o papel das vanguardas artísticas. Avant-garde, em
francês, é um termo militar que designa o grupo de soldados que avança à frente da
guarda ou batalhão. Transferindo o termo para a área artística e cultural, também
designa os desbravadores, os que fazem o reconhecimento do terreno, os que
ampliam o espaço da linguagem artística através de experimentações. É a vanguarda
que rompe os estilos, que propõe novos usos do código. Atrás dela vêm os batalhões,
ou seja, os outros artistas, considerados seguidores e que formam as escolas. Neste
momento, o que era novo, o que constituía uma transgressão do código, passa a ser,
outra vez, o habitual, o código consagrado.
Assim, a linguagem da vanguarda cultural e artística é sempre
difícil de entender. É por isso que temos certa dificuldade em compreender as obras
expostas nas bienais, os filmes de arte, o teatro experimental, a música dodecafônica e
assim por diante. Todas essas obras instituem um novo repertório de signos e novas regras
de combinação e de uso. Leva algum tempo, e muita convivência com o mundo artístico,
para dominarmos, ou seja, compreendermos os novos códigos e as novas linguagens.
A existência das vanguardas, no entanto, é imprescindível à
manutenção da fermentação cultural. No campo das artes não podemos falar em
progresso. O conceito de progresso envolve idéias de melhoria e ultrapassagem,
absolutamente estranhas ao mundo artístico. A arte do século XX não é melhor nem pior
que a arte grega ou renascentista. É apenas diferente, porque responde a questões
colocadas pelo homem e pela cultura atuais. Os artistas de vanguarda são exatamente
aqueles que levantam essas questões antes que a maior parte da sociedade as tenha
percebido e respondem-nas trabalhando a linguagem e a forma sensível de suas obras."
(In: FILOSOFANDO - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - 2ª edição revista e atualizada - www.moderna.com.br - p. 356/7)
Pergunta: Música Popular Brasileira pode ser de vanguarda?
Resposta: Sim, a MPB pode ser de vanguarda(*), como provam os(as)
Artistas da Bossa Nova, do Tropicalismo e, por exemplo e em geral, os(as) que se
apresentam no MUSIKAOS da - www.tvcultura.com.br
-.
Nesse hipertexto a atonalidade da música dodecafônica - que pode
parecer estranha, mas oferece grandes possibilidades de criação, interpretação e
percepção(**) da obra musical - é meio de harmonia das diferenças do cotidiano humano,
sendo o grande apelo popular a explorar e ser reconhecido em termos artísticos globais.
Sinceramente,
Carlos Perin Filho
(*) As vanguardas desempenham um papel importante na antropofagia
humana de ser o seu dever, pois o
selvagem bom e/ou mal está em Todos(as), conforme ensaio de SERGIO PAULO ROUANET,
publicado no caderno mais! supra referido, p. 16/7, a lembar que somente a antropofagia e
o dinheiro nos une.
(**) A variabilidade das reações dos Seres Humanos às frequências
acústicas atonais do dodecafonismo é notável não apenas nas vendas de discos, mas
também por eletroencefalograma e/ou tomografia - por ativação, ou não, de regiões do
cérebro em análise - o que lembra aquela música popular brasileira que diz...:
Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou doente do pé!;-)
Home Page
|
|