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Projeto
geopolítico para o esporte brasileiro e Você Cidadania |
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As Olimpíadas desta volta terrestre solar
evidenciam a importância das atividades esportivas para o desenvolvimento do Ser Humano,
em ser o seu dever, a requerer um projeto geopolítico esportivo que
ofereça condições de fato e de direito para seu desenvolvimento.
Pergunta: O que Você Cidadania tem com isso?
Resposta: A resposta fica por conta de MARIA LÚCIA DE ARRUDA ARANHA e
MARIA HELENA PIRES MARTINS, in verbis:
"A educação física
Outro exemplo de integração corpo-consciência é o da educação
física. Quando o adolescente sofre as alterações decorrentes do amadurecimento
glandular, por um período ele se sente estranho ao próprio corpo. Fica desajeitado,
incomodado com os próprio braços, dando encontrões com objetos em seu caminho e precisa
aprender uma nova dinâmica corporal caracterizada por gestos, atitudes e reflexos
diferentes.
Nesse momento crucial, a educação física se torna elemento
importante de integração do corpo na unidade do sujeito, e por isso não pode ser
compreendida como simples treinamento muscular, nem como momento de descontração ou
simples garantia de higiene e condição equilíbrio fisiológico. Para o educador suíço
Pierre Furter, cabe à educação física o delicado esforço pelo qual os adolescentes
reconhecem seu corpo, respeitando seus limites. A educação física, assim compreendida,
provoca o equilíbrio interior da personalidade.
Também o treinamento esportivo, enquanto atividade humana
significativa, é o apelo ao aperfeiçoamento incessante, posto em questão pelos
esforços de outros esportistas. A descoberta de si próprio e do outro supõe o
desenvolvimento das próprias habilidades, o assumir as regras coletivas, o agir
individual como momento não desligado da ação comum.
Portanto, o jogo não é apenas uma atividade que diz respeito à
manutenção da forma física ou ao mero desenvolvimento da habilidade em levar a bola: o
esporte é a expressão mesma da alegria, do desafio e do compromisso com o outro. É o
ser pleno (e não só o corpo) que nos envolve na luta e que se realiza na ação."
(In: FILOSOFANDO - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - 2ª edição revista e atualizada -
2000 - www.moderna.com.br - p. 316)
Um outro ponto de vista interessante sobre aquela importância é oferecida por MANOEL
JOSÉ GOMES TUBINO(*), em entrevista publicada no caderno especial do jornal Folha de S.
Paulo, POLÍTICA DO ESPORTE, em 28/05/2000, p. 15, com destaque para as seguintes
perguntas e respostas, in verbis:
"(....)
Folha - Qual é a maior carência do esporte?
Tubino - Por causa do processo civilizatório, o Brasil não tem consciência da
importância do esporte e assim falta dinheiro.
A organização tem evoluído bastante - exceto o calendário. Estão surgindo
estudiosos, empresas e a mídia está mais próxima do esporte. O material humano melhorou
também. E acho que o Brasil tem tido grandes resultados, até porque os dirigentes
esportivos são muito competentes.
O que atrapalha é uma minoria que trabalha pelos seus próprios interesses e que
deturpa tudo.
Folha - O que falta para o esporte dar seu salto?
Tubino - É preciso criar um projeto geopolítico para o esporte brasileiro, com um
plano estratégico por modalidade, feito por cada confederação. O papel do Estado é
formar quadros e elaborar legislações sábias.
Não concordo com a avaliação de que o Brasil está mais para Argentina do que para
Cuba. A maneira de contar as medalhas olímpicas, uma por disputa, prejudica o Brasil, que
é um país com vocação para esporte coletivo - futebol, basquete, vôlei e, agora,
vôlei de praia. Mesmo assim, em dois Pans, o Brasil vai passar Cuba.
(....)"
A crítica de TUBINO à avaliação via contagem de medalhas nas
Olimpíadas no contexto daquele projeto geopolítico faz lembrar artigo de MILTON
SANTOS(**) sobre o 12º Encontro Nacional de Geógrafos, publicado no caderno MAIS! do
jornal Folha de S. Paulo de 16/07/2000, com destaque para os seguintes parágrafos, in
verbis:
"Revelações do território gobalizado
Hoje, em Florianópolis, instala-se o 12º Encontro Nacional de
Geógrafos. O programa da reunião prevê a realização de intensos debates sobre o
futuro da disciplina, na universidade e na sociedade brasileiras. Também está previsto o
lançamento de um manifesto, por um grupo de geógrafos da Universidade de São Paulo,
acerca do papel ativo da geografia, isto é, a possibilidade de uma intervenção
válida dos geógrafos no processo de transformação da sociedade e a sua relação com a
maneira como a disciplina e o seu objeto são conceituados. A intenção dos seus
autores é provocar uma discussão que se prolongue no tempo, alcance todas as escolas e
instituições de pesquisas e influencie na reformulação dos currículos, alguns dos
quais estão sabidamente inadequados.
Em 1978, no encontro realizado na cidade de Fortaleza, um grande
movimento lançou as bases de uma notável renovação da disciplina, ao mesmo tempo em
que se buscava uma saída para o impasse com o qual a subordinação aos interesses do
regime militar e a grande dependência do modelo quantitativista haviam limitado o
desenvolvimento da geografia como um campo do saber social. Já agora é possível,
sobretudo por intermédio das teses e dissertações defendidas nos diferentes programas
de pós-graduação, mas também no exercício do ensino, verificar os progressos obtidos.
(....)
O território, tomado como um todo dinâmico, é, hoje, o principal
revelador dos grandes problemas nacionais, já que ele permite uma visão não-fragmentada
e unificada dos diversos processos sociais, econômicos e políticos. Por exemplo,
governantes talvez bem-intencionados, mas simplistas, continuam batendo na tecla já gasta
da guerra fiscal, quando a questão é estrutural e substantiva, ligada ao modelo de país
que continuamos abraçando. Não é à toa que as grandes empresas (incluindo os bancos)
governam mais a vida e o destino das pessoas e coletividades lá onde moram e trabalham do
que mesmo os governos eleitoralmente constituídos. Mas, políticos e administradores de
todos os partidos ainda crêem que, mudando as regras de um jogo equivocado, vão suprimir
essa famosa guerra fiscal, quando o verdadeiro problema é a crise da nação,
mostrada pela estrutura e o funcionamento do território."
Uma combinação paraconsistente de todas as óticas supra referidas
aponta para ser o desenvolvimento geopolítico do esporte salutar não apenas para Você
Cidadania enquanto tecido social coletivo, mas também para as pessoas jurídicas de
direito público político administrativas (UNIÃO FEDERAL, DISTRITO FEDERAL,
ESTADOS-MEMBROS e MUNICÍPIOS) que administram seus recursos de forma inoportuna e
inadequada, como referido nas Petições Administrativas e/ou Ações Populares que
envolvem tabagismo e/ou alcoolismo, entre outras situações de fato e de direito
paraconsistentes, como da própria Guerra Fiscal, Política Nacional de Recursos
Hídricos, FIA e CBF, que também são objetos de Ações Populares específicas.
Sinceramente,
Carlos Perin Filho
(*) METODOLOGIA CIENTÍFICA DO TREINAMENTO DESPORTIVO, 10ª ed.
IBRASA, 1992.
(**) METAMORFOSES DO ESPAÇO HABITADO, 5ª ed., HUCITEC, 1997.
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