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verdadeira Amazônia, retrato do Brasil, e Você Cidadania |
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SAMUEL HANAN e IVES GANDRA MARTINS, em
artigo sob título A verdadeira Amazônia, publicado no jornal Folha de S.
Paulo de 31/10/2000, p. A-3, defendem a proteção da Floresta Amazônica sob uma
consciência nacional, sem imposições estrangeiras, com destaque para os seguintes
parágrafos, in verbis:
"A realização da Conferência Ministerial de Defesa das
Américas, em Manaus, embalada pelo debate do Plano Colômbia, trouxe à baila, por alguns
dias e de maneira parcial, a temática amazônica. É bem possível que, em algumas
semanas, a questão de sua floresta esteja novamente dormitando em berço esplêndido, ao
menos no Brasil.
É monótona a repetição do mesmo filme sobre a Amazônia há tantos
anos.
(....)"
A situação da Amazônia é um retrato do Brasil, sob a direção de
redação de MINO CARTA, in verbis:
"(....)
As primeiras tentativas sérias de enfrentar o desenvolvimento
amazônico foram as planejadas pelo Regime Militar implantado após o golpe de 1964.
Mobilizaram-se então massas colossais de recursos, com investimentos públicos e privados
de grande escala, e também grandes deslocamentos humanos. Este último fator refletia-se
na violenta expansão demográfica da região amazônica, cuja população continuava
escassa, mas já crescia à taxa de 4,5% ao ano, entre 1960-80, enquanto a taxa nacional
era de 2,9%. Assim, a população da Amazônia, nesse período, dobrou, indo de 5,36
milhões para 11,21 milhões de habitantes.
O que atraiu fundamentalmente os governos do Regime Militar foram as
riquezas fabulosas escondidas sob a floresta. Aos poucos tornou-se patente que havia, no
subsolo desse verdadeiro continente (mais de 5 milhões de quilômetros quadrados), uma
quantidade incomensurável de minerais estratégicos para a indústria moderna. Nesse
verdadeiro El Dorado comercial, apenas o ferro já era metade de todas as
reservas nacionais e um quinto das reservas mundiais. Mas talvez os depósitos de
alumínio fossem ainda mais abundantes, e os tesouros minerais incluíam o sal-gema, a
cassiterita e muitos outros.
O que fazia brilhar os olhos dos empresários ainda mais era que a
indústria de extração mineral podia ser rapidamente acionada pela energia dos rios da
bacia amazônica. Além disso, havia também um outro motivo de grande cobiça econômica:
50 bilhões de metros cúbicos de madeira de lei.
Esse potencial econômico alimentou muitos sonhos mirabolantes. O mais
famoso foi Jari, um verdadeiro império industrial das selvas, concebido por um grande
empresário internacional, Daniel Ludwig.
(....)" (In: RETRATO DO BRASIL, Política Editora de
Livros, Jornais e Revistas Ltda., São Paulo, 1984, v. 14, págs. 157/8)
Vale lembrar que os processos históricos brasileiros de Descobrimento,
Independência, Proclamação da República e Revoluções foram todos, em maior ou menor
grau, resultados de influências de outras Soberanias, por uma razão pura e simples: nas
terras brasileiras viviam singelamente Índios e/ou Índias, em relativa paz e harmonia
com a Natureza. Colonos, Independentes, Republicanos, Revolucionários, são Seres
Extraterrestres naquele contexto, cuja (i)moral história continua até os dias de hoje
naquela parte do planeta Terra.
Pergunta: Como fazer para não queimar (mais) o filme do
retrato do Brasil?
Resposta: O primeiro passo é corrigir os erros do passado, ouvindo o
que os Índios e/ou Índias sabem sobre como viver mais e melhor com a Floresta; combinar
em lógica paraconsistente aquele conhecimento com os recursos científicos
contemporâneos, notadamente a biologia molecular. O segundo passo é fazer novos projetos
Jari, já com os erros corrigidos. O terceiro passo é entender que a Floresta
é geopoliticamente maior que os interesses nacionais desta ou daquela Pessoa Jurídica de
Direito Público Político Administrativo mas sim, de forma direta, de todas as Soberanies
do Tratado de Cooperação Amazônica, e de forma juridicamente indireta (porém mais
humana), de todos os Seres (humanos e/ou não) que habitam o planeta Terra.
Sinceramente,
Carlos Perin Filho
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